Quando vais olhar aquele espelho baço de cantos partidos com armações de ferro forjado e perceber que sangras?
Porque insistes em pegar nesses cacos de janelas quebradas que sempre que deixas cair e sempre que voltas a pegar te cortam mais e mais fundo?
E eu aqui, espectadora, já desisti de me ajoelhar a teu lado e arrancar-te a essa dor, porque me corta fundo também e não sei onde mais ir buscar forças para te ajudar a levantar...porque não sei se queres ou se podes.
Porque há coisas que, se calhar, são mesmo assim, e se forem, meu amor, só te posso prometer estar enquanto a minha própria dor aguentar.